Em uma confraternização de Natal em resposta a pergunta sobre qual seria meu credo
Minhas idéias mais genias são as que esqueci.
Resposta sobre o que pretendo fazer no próximo ano.
*no quintal de casa cada um faz o que quer. porque esse quintal é grande, do tamanho que a gente fizer. uma rede pra se balançar e balançar os pensamentos ele tem. tem um pé de limão, uma goiabeira, uma porção de plantas e flores e uns cachorros pra bagunçar o coreto. criança e adulto querendo ouvir história também sempre aparecem. e a gente conta. histórias de quintal. *
Desses, os que mais gostei foram: 300, Babel, Diamante de sangue, Mais estranho que a ficção, O ano em que meus pais sairam de férias, O céu de Suely, O cheiro do ralo, O último rei da Escócia, Pecados íntimos, Saneamento básico e... Tropa de elite.
Já os piores... acho melhor não destacar, afinal, não quero influenciar os amiguinhos que não tenham visto algum deles.
Se alguém tiver títulos a acrescentar, fica a vontade.
Na sexta-feira, fui lá. Estava já um pouco tonta de cerveja, quando ofereci carona a Elisa, empregada doméstica da amiga em cuja casa eu estava. Ela, sob protestos da patroa, que a chama abusada por se dar a liberdades com visitas, sempre me convidava para o forró a que costuma ir, em São Sebastião, cidade satélite do Distrito Federal, uma das mais distantes do Plano Piloto. Alguns chamam de favela.
Eu nunca havia ido a São Sebastião, só ouvia falar. Moradora recente da capital do país, recebia advertências sobre cidades satélites e seus habitantes. Algumas falas davam conta de que, ao pôr o pé num desses lugares, um incauto morre assassinado. Ou de susto.
Na sexta, fui. Levar Elisa. O forró, uma varanda de bar transformada em galpão, o lugar apinhado. Elisa e eu bebendo cerveja. Alguns caras me convidavam para dançar, não sei dançar, recusava. A certa altura, deixei Elisa encostada ao balcão, saí para fumar. Um homem alto, simpático, de longe, sorriu pra mim, chamou-me ao baile. Achei-o bonito. Quarenta anos, forte, moreno, cabelos crespos, curtos, agrisalhando-se. Barba por fazer, sorriso doce, meio infantil. Dançamos, fomos para o meio do salão. Aos poucos, encostando cada vez mais os corpos, apertávamo-nos.
Daí para começarmos a nos esfregar não demorou. Eu sentia o cara duro contra minha pele; já alta de cerveja, achava graça, esfregava-me mais, ria. Beijávamo-nos desbragadamente, lambuzadamente, em plena pista. Suas mãos já me acariciavam os seios, não muito discretamente, quando ele me convidou para ir a sua casa. Disse que depois me deixaria no ponto de ônibus. Não sabia que eu estava de carro. Quando saímos, estranhou o veículo, perguntou de onde eu era, quem era. Eu disse. Comprei cerveja em lata, levamos.
A casa – um quarto, nos fundos de um cortiço – teve a porta aberta de um tranco. O chão, sem piso, recebia dois colchões. Um pequeno, curto e fino, de no máximo dez centímetros de espessura, tinha um cobertor dobrado e um travesseiro sujo por sobre. O outro, maior, de casal, mas tão delgado quanto o primeiro, abrigava algumas roupas velhas, uns trapos que não consegui identificar.
Ele se sentou sobre algo que não era mesa nem banco, uma tábua colocada em cima de uns tijolos, ao lado de uma pia com algumas panelas velhas, vazias e sujas. Abriu uma lata de cerveja, chamou-me para seu lado. Vem cá, minha branquinha. Sentei-me, agarrou-me. Retraí-me. Comecei a sentir cheiros, ter nojo. Assustei-me. Ele não se deu conta, continuava a me bolinar, beijava-me o pescoço, apertava-me os seios, enfiava a mão entre minhas coxas.
Não conseguia me imaginar sobre aquele colchão, aquilo começou a me dar engulhos. Irritava-me comigo mesma, pequeno-burguesa, idiota, tem medo de miséria, você, que adora fazer discurso de classe? Teoriza agora sobre a vida da pobreza, imbecil, teoriza. Nojenta. Hipócrita.
Iniciei um jogo de esquiva, negando o corpo, desviando-me das mãos. Ele não gostou, agarrou-me o cabelo, segurando firme minha cabeça, arqueada para trás. Esfregou a barba no meu pescoço e perguntou se eu ia “sair fora”. Débil, pedi que parasse. Ele puxou mais meu cabelo, falou que eu estava “tirando” com ele, uma babaquinha do plano piloto não vai me deixar na mão, vocês, do lado de lá, pensam que nós somos inferiores, eu não sou, sei o que quero, você pensou que ia ter uma coisa e encontrou outra, pensou que ia ter o quê, princesinha, loirinha gostosa, com esse coxão, vocês, dos ministérios, têm uma vida de maconha, de cocaína, de sacanagem, pensam que eu não sei, dão uma de bons, mas vivem na farra, você sabe o que vai levar agora.
Com uma das mãos ocupada em me segurar pelos cabelos, usava a outra para me esfregar os peitos, as coxas, a vagina. Apertava-me inteira. E continuava a falar, beijando-me, lambendo-me o pescoço, a boca, o queixo. Levantou-se de um golpe, carregando-me junto, caímos no colchão maior, sobre as roupas. Ele rapidamente se encostou todo em mim, senti que estava duro e era enorme. Assustei-me com o tamanho daquele pênis, choraminguei. Não me deu tempo sequer para que me ajeitasse sobre os trapos, virou-me de lado, agarrou-me com toda a força e pôs todo seu peso sobre mim, não imaginei que fosse tão forte. Impossível desvencilhar-me. Meu vestido, que já era solto, curto, fácil de tirar, foi praticamente arrancado. Assim, de lado, ele me dobrou as pernas, agarrou-me mais forte, amassando meus seios, machucando os mamilos.
Entrou em mim de uma vez, não no ânus, na vagina, mesmo, mas por trás, com a força que deus lhe deu. Eu não estava lubrificada, aquele pau enorme meteu-se dentro de mim, rasgando-me, queimando. Gritei como nunca havia gritado em toda a minha vida. Ele me tapou a boca com a mão, falava fica quieta, vagabunda escandalosa; mordia minha nuca, minhas orelhas, minhas costas, e dava estocadas, mais, mais, mais. Com uma dor jamais sentida, eu gemia e rebolava os quadris contra aquele cacete imenso me comendo as entranhas.
Quando gozou, era um animal, parecia sem controle, sem razão, amassava-me tanto, debatia-se loucamente, pesava tanto sobre meu corpo, com os braços em torno do meu pescoço, apertando-o, que pensei fosse me estrangular, eu sufocava. Imaginei as manchetes no dia seguinte, servidora federal assassinada na cidade satélite.
Ele ainda me fodeu mais três vezes; eu com dor, com nojo, com medo, gozei em todas elas.
Não volto mais a São Sebastião. Vou-me embora daqui.
Ela abriu e fez o mesmo gesto que o encantou quando se conheceram – um meneio de pescoço que nunca vira igual. Um sinal para que entrasse. Ele demorou a reagir, lembrando daquele dia, da cordialidade daquela boca que agora, fechada, lhe parecia tão indiferente. Sentou ao lado dela, observando que os lençóis eram os mesmos, embora a cama e o quarto não fossem.
Quando foi perguntado sobre o que estava fazendo ali, tentou agarrá-la pela cintura e ouviu um claro e intenso não. Como não? Ela não podia dizer não. Não podia lhe dizer não. Ele tinha sentido o calor do beijo dela, do corpo dela, sabia que ela havia gostado. Assinale-se aqui que naquele mesmo dia ele foi tocado da porta para fora, mas isso foi depois. Depois do beijo, do sexo, do olhar. Como agora lhe dizia não?
A explicação dela foi rápida, ele não teve argumentos para retrucar e foi embora.
De volta ao bar, a garçonete lhe perguntou:
- Encontrou a Cigana?
A monogamia é natural?
“Não há como questionar se a monogamia é ou não natural. Não é. Ao mesmo tempo, tampouco há razão para concluir que o adultério é algo bom ou inevitável. Animais, muito provavelmente, não podem escolher agir contra 'o que vem naturalmente'. Já os homens podem.”
David P. Barash (Professor de Psicologia da Universidade de Washington e co-autor do livro O mito da monogamia).
“Os povos, ao saírem da barbárie rumo à civilização e ao progresso, abandonaram a poligamia e estabeleceram a família monogâmica. A instituição do divórcio vai na contramão da história, retrocendendo da civilização à barbárie.”
Edição de janeiro de 2001 da revista brasileira Catolicismo.
“Apesar da força moral da tradição judaico-cristã e de a Justiça ter procurado purificar o pênis e restringir sua semente à instituição sagrada do matrimônio, ele não é por natureza um órgão monógamo. Desconhece códigos morais, foi projetado pela natureza para o esbanjamento, adora a variedade, e nada, exceto a castração, eliminará seu pendor para a prostituição, a fornicação, o adultério ou a pornografia.”
Gay Talese (Jornalista americano e autor do livro A mulher do próximo, clássico sobre a sexualidade americana antes da era AIDS)
Da coluna “Pergunta sem resposta” da edição desse mês da Superinteressante.
AFRODISÍACOS - ORIGEM
Derivado do grego aphrodisiakós, o termo “afrodisíaco” data de aproximadamente 5.000 anos e provém do nome Afrodite – a deusa do amor e da beleza na mitologia grega – também conhecida por Vênus, (em latim) filha de Zeus e Dione. De acordo com o mito, Afrodite nasceu na concha de uma ostra quando Cronos matou e castrou seu pai, jogando os testículos no oceano.
Eram conhecidos na Antigüidade, nas culturas egípcia, grega e romana. As referências revelam que o mais antigo afrodisíaco era um pó de pênis de crocodilo seco, recomendado pelos egípcios.
Os afrodisíacos são drogas, substâncias químicas ou odores aos quais é atribuída a ação de aumentar o desejo e manter a excitação sexual em homens e mulheres. Não há fundamentação científica quanto à eficácia da maioria das substâncias afrodisíacas na resposta sexual adequada dos indivíduos. O que se conhece até o momento é que algumas substâncias agem sobre os sistemas nervoso central e circulatório e que podem resultar, como efeito secundário, na melhoria do desempenho sexual. Há substâncias, porém, que causam efeitos danosos ao organismo como a cantárida ou "mosca espanhola", um besouro do qual se faz um pó, que provoca irritação urogenital associada a maior afluxo de sangue no pênis, levando o usuário a ter sensação de maior tempo de ereção.Minhas mulheres de Brasília
Porque roubei
E vou levar comigo para sempre
(E tudo isso têm todas elas)
Dedicado a Luís, Marco, Felipe, Lúcio, Públio, Alex e Amauri, meus homens de Brasília.
Já do corredor
é possível ver a cama,
mas antes disso
o imenso sorriso da boneca.
Sorriso em arco.
Ocupando quase toda a cara redonda.
E do corredor nasce outro sorriso
em arco,
ocupando a curvatura da Terra.
No final do arco tem um tesouro
de coisas simples que enternecem a vida.
La edad del cielo - Jorge Drexler
(Para David Broza)
No somos mas
Que una gota de luz,
una estrella fugaz,
una chispa, tan sólo,
en la edad del cielo.
No somos lo
que quisieramos ser,
solo un breve latir
en un silencio antiguo
con la edad del cielo.
Calma, todo está en calma,
deja que el beso dure,
deja que el tiempo cure,
deja que el alma
tenga la misma edad
que la edad del cielo...
No somos más
que un puñado de mar,
una broma de Dios,
un capricho del sol
del jardin del cielo.
No damos pie
entre tanto tic tac,
entre tanto Big Bang,
sólo un grano de sal
en el mar del cielo.
Calma,
todo está en calma,
deja que el beso dure,
deja que el tiempo cure,
deja que el alma
tenga la misma edad
que la edad del cielo...
os livros na estante já não tem mais tanta importância
do muito que eu li, do pouco que eu sei
nada me resta
a não ser a vontade de te encontrar
o motivo eu já nem sei
nem que seja só para estar ao seu lado
só pra ler no seu rosto
uma mensagem de amor
à noite eu me deito,
então escuto a mensagem no ar
vagando entre os astros
nada me move nem me faz parar
a não ser a vontade de te encontrar
o motivo eu já nem sei
nem que seja só para estar ao seu lado
só pra ler no seu rosto
uma mensagem de amor
Herbert Vianna
E a Flip é legal.
Mas não é que tem gente que leva a sério? Pra mim, como o nome diz, aquilo é uma festa e só que tem de levar festa a sério (ou não) é quem organiza. Se fosse um evento acadêmico, não reuniria tanta gente, mesmo em Paraty. Quando a coisa se aproxima de algo acadêmico, ninguém curte, ainda que já esteja de “sobreaviso”.
Exemplo: a mesa – onde não cabia mais um mortal – com J. M. Coetzee, o sulafricano ganhador do Nobel (lembram que já citei o nome dele aqui?). Eu e o Namoradim não vimos, mas nos contaram que o cidadão leu trechos de seu último livro. Só leu. Leu, leu e leu. E foi-se embora sem dar tchau. Quem já esteve em algum congresso de literatura, teoria literária, sabe que, em geral, é assim: vinte minutos pro cara ler o seu artigo e tchau e benção. Só comparece a esses eventos quem realmente tem muito interesse, quem quer ter mais um certificadozinho pra colocar no currículo ou quem desconhece outra maneira de pagar seus pecados. Claro que não é isso que as pessoas esperam da Flip, mesmo que o o escritor tenha dito com antecedência que não iria falar sobre sua obra e etc.
Uma mesa com dois, três autores tem mais chance de ser interessante – ou pelo menos agradável. Foi o caso da mesa com a também sulafricana e também ganhadora do Nobel, Nadine Gordimer, e com o israelense Amós Oz. Os dois, depois de superada a parte séria do debate, papearam, entre outras coisas, sobre a instituição familiar. Amós disse que não há nada mais estranho no mundo que a família e contou alguns “causos”, como o de quando seu pai – com quem tinha muitos problemas - o chamou para uma conversa “de homem pra homem”. O pai na casa dos noventa e ele com mais de trinta anos, casado e com três filhos. "Descobri que, em certas coisas, as mulheres são exatamente iguais aos homens; e em outras, elas são completamente diferentes de nós – agora, só falta eu separar umas das outras...".
Bueno, eu poderia contar mais uma porção de coisas... sobre a mesa com Jim Dodge (autor de “Fup” - personagem que poderia se chamar Sofia, caso fosse uma cadela e não uma pata) e Will Self, sobre Fernando Morais, Ruy Castro e Paulo César Araújo (aquele mesmo, aquele que teve o livro retirado de circulação por conta do Roberto Carlos), mas não quero me alongar demais. Difícil. Só vou contar mais uma.
O palito de picolé premiado da Flip, pra mim, foi o encontro de José Eduardo Agualusa (por quem o mulherio se alvoroçou) e Mia Couto, mediado por um impagável escritor moçambicano que não conhecia – Nelson Saúte. Aconteceu no evento que chamam de Off- flip, na Casa de Cultura de Paraty, num 'teatro' lotado na sexta-feira à noite. Eu e Namoradim ficamos em pé e nem reclamamos, só rimos.
Depois de Saúte ter feito uma pergunta e Agualusa ter dado duas respostas, Mia Couto disse que não precisava dar mais nenhuma e que iria contar uma história. Vou parcamente reproduzi-la.
O moçambicano estava em seu país, que havia sofrido com uma enchente, quando foi convidado pela BBC a dar uma entrevista sobre o assunto. Pareceu-lhe algo estranho, mas aceitou. O “circo” foi armado próximo a uma cratera aberta pela inundação e logo o povo se amontoou em volta querendo saber o que acontecia. Mia Couto, ao passar entre as pessoas, ouviu coisas do tipo: “Acho que é cinema. Devem estar a gravar um filme'. Outro dizia que devia ser coisa do governo, que enfim faria algo a respeito dos estragos causados pela enchente. Quando o escritor atravessou a faixa que distanciava o populacho das câmeras, alguém gritou: “Eu não disse? Eu não disse que era cinema? Olha lá! O Chuck Norris!”. “Chuck Norris! Chuck Norris!” - o chamavam. Retrucando, outra pessoa falou que não, que aquele era o Mia Couto, um escritor, de Moçambique mesmo. Não encerrada a questão, mais um grito: “Ei! Ei, Mia Couto! O que estás a fazer aí a te passar por Chuck Norris?”.
- Não, não. Isso tá muito brega!
- Por que brega?
- Essa coisa de “um para o outro”, “sob medida”... sei lá.
- E o que tu achas de “sou bandida / sou solta na vida / e sob medida pr'os carinhos teus”?
- Ah, mas isso é Chico!
- E o Chico pode ser brega?
- Não, o Chico não é brega nunca. E o Chico pode tudo...
- Ai, meu caralho!
'Ele era meu palito de picolé premiado. Meu primeiro 10 em matemática. A melhor piada da festa'
- Agora estavas indo bem, só que essa de dizer que o cara é uma piada não dá, né? Corta, corta!
- Corto nada. Tu não entendes, mas isso não quer dizer que os meus leitores padeçam da mesma falta de sutileza.
- Sutileza? Do que a gente tá falando?
- Não me aporrinha, criatura...
- E esses leitores? Ah, sim, claro... Os leitores! Vai, continua então.
- Sai, sai! Te arranca daqui! Não sei porquê ainda te deixo sair da gaveta!
Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade. A gente só descobre isso depois de grande. A gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o amor. Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo da intimidade. Mas o que eu queria dizer sobre o nosso quintal é outra coisa. Aquilo que a negra Pombada, remanescente de escravos do Recife, nos contava. Pombada contava aos meninos de Corumbá sobre achadouros. Que eram buracos que os holandeses, na fuga apresssada do Brasil, faziam nos seus quintais para esconder suas moedas de ouro, dentro de grandes baús de couro. Os baús ficavam cheios de moedas dentro daqueles buracos. Mas eu estava a pensar em achadouros de infâncias. Se a gente cavar um buraco ao pé da goiabeira do quintal, lá estará um guri ensaiando subir na goiabeira. Se a gente cavar um buraco ao pé do galinheiro, lá estará um guri tentando agarrar no rabo de uma lagartixa. Sou hoje um caçador de achadouros da infância. Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos. Hoje encontrei um baú cheio de punhetas.