segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

lembrei de Raquelita


Trabalhar onde eu trabalho tem suas vantagens. Sempre se descobre algo legal meio que sem querer... Hoje, pesquisando sobre a escritora norte-americana Charlotte Gilman, acabei chegando a um centro de artes português. Tem um bocado de coisa boa por lá, inclusive outras obras do mesmo cara que pintou essa tela aí - Mapa de Pele - Gilberto Gaspar. Para quem quiser dar uma olhada: http://www.directoriodeartes.com/ e http://centrodeartes.blogs.com/

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

farofa






Domingo no parque. Frango, maionese, saladinha (pr'os menos selvagens) e farofa.

Cerveja e mais alguma coisa pra beber. Gente amiga, fotogênica (como podem perceber...) e tiradora de sarro. Presentes e criatividade. Assim se faz um típico amigo secreto.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

quintal de casa

quintal de casa

ando meio assim, sem bells, querendo que os dingles se explodam. fico pensando o q aconteceria se as renas cagassem lá do céu, estou certa q cairia na minha cabeça oca, à toa, à toa, ando assim...

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006


O que tu querias estar fazendo agora? Ou, melhor, onde querias estar agora? Eu queria estar na praia. De preferência lá na Armação, mas poderia ser em qualquer uma. Maresias, Guarda, Saquarema, Ingleses, Rosa, qualquer uma. Poderia ser até em Guarapari.

Há mais de um mês, desde que comprei minha passagem para ir à Florianópolis, não penso em outra coisa. Acordada e dormindo. Tenho sonhado quase todos as noites com praia: eu na areia, eu no mar, eu surfando - até com isso, que infelizmente não faço, tenho sonhado.

Para piorar, ainda fico alimentando a tortura - que a contagem regressiva (faltam 16 dias) já me imprime - ao ouvir insistentemente um cd do Jack Johnson. Para quem não conhece, o cara é havaiano, é surfista e faz música de praia. Não sei como explicar isso, mas é mais ou menos assim: coloca o som do do cidadão para tocar, fecha o olho e fica achando que está na praia. Ou não, nem fecha o olho que não precisa... Eu, sem medo de ser feliz, até danço pela casa. O Luis e a Caetana, em diferentes graus, me acompanham na viagem.

Mas voltemos à praia. Eu adoro praia... Sabe, morar em Brasília me permitiu conhecer uns lugares lindos: Itiquira, Pirenópolis, Chapada dos Veadeiros - lugares com cachoeiras maravilhosas, visuais chapantes e sol - aquele sol de lascar do cerrado, mas nada (nada que eu tenha visto até agora, pelo menos) se compara ao mar. É um negócio de louco, aquela coisa que teus olhos não conseguem dar conta, aquele sal que fica impregnado na gente... Ai, que saudade.


Saudade de ficar dentro d'água até os dedos murcharem. Saudade de jogar taco na praia até anoitecer e depois cair no mar. Saudade de pegar jacaré e comer milho cozido com aquele temperinho arenoso... Saudade de ficar de bobeira, desenhar na areia e plantar bananeira com os guris da minha irmã.

Agora falta pouco, ainda bem.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Regulagem...

Deve ter acabado ainda há pouco a audiência pública realizada aqui em Brasília pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para discutir a resolução sobre as novas regras para a propaganda comercial de bebidas alcoólicas.

Pela proposta, as propagandas de bebidas como cervejas e vinhos não vão poder sugerir o consumo com cena, ilustração, áudio ou vídeo que apresente a ingestão do produto, nem associar o efeito do consumo a estereótipos de sucesso e integração social. Além disso, não vão poder usar recursos gráficos e audiovisuais do universo infanto-juvenil. Eu achava que isso já era proibido (lembram da Tartaruga da Brahma?), assim como o uso de modelos com menos de 25 anos. Não é não?

Também vai ser obrigatória a inserção de mensagens de advertência sobre a dependência decorrente do consumo de bebidas alcoólicas e sobre possíveis conseqüências desse consumo, como os acidentes de trânsito.

Achei engraçado descobrir que existem mais de 130 projetos de lei tramitando atualmente no Congresso Nacional que versam sobre esse tema. Alguns apresentados há mais de 11 anos. E agora vem a Anvisa embolar o meio de campo, interferindo no papel do Congresso, já que, de acordo com a Constituição Federal, somente deputados e senadores podem regular a propaganda por meio de lei.

Para ficar um pouco mais confusa, fui dar uma olhada no site do Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária). Me pareceu que os caras estão sendo ágeis e sérios nos seus 25 anos de atuação, julgando, absolvendo ou condenando mais de 4 mil casos processuais contra anúncios, a partir do Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária. Espiando em “decisões e casos” no endereço http://www.conar.org.br você pode ter uma idéia do que eu falo.

Aí me perguntei: Para que então essa história? E não consegui responder. Lembrei da lei que restringe a propaganda - e o uso também - de cigarros e que está em vigor há quase 6 anos. Será que é tempo suficiente para vermos resultados? Queria ter encontrado algum estudo acerca disso, mas não (Se alguém encontrar, mande, por favor). Na prática, não conheci ninguém nesses 6 anos que tenha deixado de fumar por conta daquelas horrendas fotos que estampam os maços de cigarros.

Acredito que com as bebidas alcoólicas a coisa não seria diferente. E mais: me parece muito fácil limitar a publicidade de cerveja, por exemplo, levantando uma bela bandeira pela saúde pública, e deixar de lado problemas mais difíceis de resolver, como coibir realmente a venda de álcool a menores de idade. E do que adianta impor tantas restrições aos intervalos comerciais se, no caso da televisão, a 'porcariada' maior não está neles, e sim na programação das emissoras?

O mercado publicitário brasileiro é bom (Exceto o de Brasília. Aliás, alguém sabe quem é o responsável pelas ridículas campanhas do Big Box??); por que não deixam os caras se regularem em paz?

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Banzo


A Ilha é Mulher.

Sempre se soube que a Ilha é mulher, gênero bem feminino, espécie cheia de curvas, com seios e principalmente com ancas. Surpresa: dois umbigos: a Lagoa da Conceição e a Lagoa do Peri.

A Ilha é uma mulher bonita de dorso verde e dourado, costões sensuais, reentrâncias promissoras, praias abertas e coxas hospitaleiras, tem sexo híbrido - varonil como um promontório, abrigado como enseada de filme de pirata.

Vista do satélite, não passa de um pontinho reticulado a nordeste daquele rabinho da América, parecendo filhinha desgarrada da terra-mãe. De perto é como uma filha provocante. Electra e elétrica, luxúria pura, constante ameaça de um incesto ao sol.

O mar da Joaquina é agressivo, a praia é dócil e feminina como a mulher que lhe emprestou o nome. Mítica mulher solitária, mistura de Medusa e Iemanjá, que costumava passear pela praia nos fins de tarde, verão ou inverno, bela como uma princesa, triste como uma Julieta Capuletto, infeliz no amor. Mas, de qualquer maneira, fiel como as mulheres de Atenas.

O mar que banha Desterro é o mesmo que emocionou Melville e Hemingway e que os inspirou em Moby Dick e O Velho e o Mar. Mas o que enlaça a Ilha é ainda mais belo, faria ajoelhar-se diante de si poetas como Shelley, Miguel Torga ou Neruda, compositores como Beethoven, Mozart, Wagner - este, para os dias de ondas fortes, surfistas cavalgando pranchas. Além de Dorival Caymi, para o caso de ser doce morrer no mar.

Os açorianos construíram suas casas de costas para o mar, como se não desejassem mais vê-lo depois de desembarcados. O mar era seu escritório, devia lembrar trabalho duro. Assim, do trapiche da Praia do Muller era possível admirar-se a sucessão de galinheiros à beira-mar - espanta que não nascessem aves com escamas.

O mar. Aquela vítrea gelatina azul-esverdeada, crescendo como corcova de camelo aquático, escorregando com estrondo no tobogã de arrebentação, para desfazer-se na areia em mil esculturas de cristal líquido. Mar igual - ou parecido - é muito difícil de se encontrar neste planeta. Talvez, disse-me um velho navegador, nas Bahamas, no Hawai, no Thaiti ou no Sri Lanka, o antigo e lendário Ceilão.

A beleza da Ilha é imensa como uma marinha de Pancetti, mas um arrastão dos elementos pode torna-la de uma hora para outra selvagem e expressiva como um filme de David Lean.

O vento sul é um ilhéu típico, que fala com chiado e que, ao contrário dos magos de ocasião, consegue facilmente entortar árvores e encrespar oceanos. Foi conversando com esse ilhéu que Cruz e Souza empinou seu verso simbolista e achou raras onomatopéias para descrevê-lo:

Tu que penetras velhas portas,
Atravessando por frinchas...

E sopras, zargunchas, guinchas,

Nas ermas aldeias mortas.


Nada o detém quando ele bufa e escoiceia, no que há de ser a farra eólica do tempo. Ele se transforma então no vagabundo que rosna sonolento, leva longe o seu lamento, mas sua ferocidade é efêmera. E inócua. Se tanto, desmancha os cabelos da figueira, ou adianta o relógio da Catedral, que nesses dias perde a sua orgulhosa exatidão de Big-Bem.

Já tem 270 anos, mas parece que tudo começou dijaôji.

Sérgio da Costa Ramos

23 de março – aniversário da cidade – de 1995




quarta-feira, 29 de novembro de 2006

voltar


Já anoitecera quando desceu da árvore. Quarenta e dois passos apenas (ela havia contado muitas vezes) a separavam de casa, mas sabia que a mãe não iria gostar de vê-la chegando àquela hora. Sabia também que lhe pediria explicações - Por que fez o que fez? Explicações preparadas, entrou em casa. Desarmada que foi pela cena da mãe com a cabeça afundada entre os braços e os braços na mesa, só pode falar: Ele vai voltar, mãe. Não fica assim.

Mas a mãe não levantou a cabeça e nem parecia lhe ouvir. O pai havia ido embora e agora aquilo.

Ela achava (achava nada, tinha certeza) que estava fazendo a coisa certa. Não a toa passaria o dia inteiro planejando, combinando... instruindo o bicho. A idéia de que ele conseguiria trazer o pai de volta lhe parecia bastante razoável, louvável até. Imaginava o azulão bicando os ombros do pai e cantando sem parar em seus ouvidos. Era impossível que ele não reconhecesse seu pássaro, que não entendesse o recado e que não voltasse, comovido, a viver com a família. Para a menina, tudo era muito simples, inclusive a pequena viagem de algumas centenas de quilômetros que o azulão faria à procura do pai em outra cidade. Claro que o encontraria, claro.

Mas essas coisas, que lhe passaram num instante, ficaram só na sua cabeça, porque notou que a mãe não estava para conversa; não quis gastar saliva e ter de repetir tudo depois.

No dia seguinte, ao voltar da escola, não encontrou a mãe. Acreditou que ela pudesse estar na praça da cidade. E estava.

Parada em frente ao chafariz seco com a gaiola do azulão aos pés, a mãe cantava. Ninguém parado a olhava ou a ouvia, e ninguém mais a olharia ou a ouviria sem o canto melodioso do pássaro acompanhando sua música. Dinheiro então, quem daria?

Palpitando na cabeça da menina, uma pergunta: Será que serve se eu cantar com ela?

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Monstros do trânsito

Por ter acordado mais tarde do que costumo, hoje peguei trânsito intenso na rodovia que vai de Águas Claras a Brasília, chamada EPTG (sigla cujo significado desconheço). Precisava ver: um inferno. E olhe que há horários piores, disseram-me.

O(a)s motoristas têm pressa, muita pressa. Então, mesmo vendo que há filas quilométricas de carros, tentam avançar, mudam de pista, "costuram", enfim, desesperam-se e pioram o que já está ruim.

Eu vou, no limite permitido de velocidade, atenta a tudo e a todos. Se a pista permite 60 Km/h eu vou a 60 Km/h. Se é 80, 80. Sempre com um olho no velocímetro, um na pista, um no retrovisor, um em cada espelho lateral, outro nos carros dos lados. Sou um bicho todo olhos.

Invariavelmente, vem alguém atrás forçando a passagem. Ignoro. Impassível, continuo na velocidade permitida. Aí, o(a) afoito(a) me ultrapassa, dando-me alívio temporário, já que, indefectivelmente, virá outro(a) com o mesmo comportamento.

Assim, mesmo com o fluxo intenso, comecei a divagar – mobilidade urbana, transporte individual e coletivo, essas coisas. Aqui em Brasília, já elegi meu inimigo: os furgões de transporte alternativo, as chamadas "vans" ou "lotações".

Os motoristas desses veículos são terrivelmente ousados e irresponsáveis: excedem todos os limites de velocidade, "cortam" e "fecham" os outros carros, fazem curvas em altíssima velocidade e sem nenhuma segurança, enfim, abusam.

Junto a eles, há os ônibus das empresas convencionais. Também muito atrevidos, seus motoristas entram na pista quando bem entendem, pressionam para ultrapassar e disputam espaço com os furgões alternativos. Então, meus inimigos estão no transporte coletivo.
Na via que utilizo há quatro pistas. Três delas são, infalivelmente, ocupadas por carros de passeio. A quarta, obviamente a última da direita (devido às paragens), por ônibus e furgões. Então, é sobre os veículos que estão na penúltima à direita que eles avançam para ultrapassar. Estes, por sua vez, deslocam-se para a próxima, e assim sucessivamente, causando os transtornos e solicitando toda a atenção de condutore(a)s cuidados(a)s e correto(a)s como eu.

São três pistas para veículos individuais e uma para transporte coletivo. Três quartos do espaço ocupados por carrinhos que levam uma, duas pessoas. Apenas um quarto ocupado por viaturas carregando 40, 50, 60 usuários... Pensei numa situação contrária. Imagine quanta gente mais poderia ser transportada.

Então, vejamos o raciocínio: há só uma pista para o transporte coletivo, que ocupa apenas um quarto do espaço das vias, mas ele é o inimigo?
“A conclusão: o que atrapalha o trânsito – e, por conseguinte, o funcionamento de toda a sociedade – são os pobres e suas absurdas necessidades.

É para transportar os pobres que existem esses monstruosos carros: enormes, cheios, acossando-nos nas pistas, impondo-se sobre nós, motoristas indefesos em nossos carrinhos. Há até uma injusta lei de trânsito dando-lhes prioridade sobre veículos individuais.

Por que cargas d’água esses pobres apinham-se em ônibus, furgões, lotações, “vans” ou o que quer que seja, no mesmo horário em que nós, membros da classe média, que constrói o progresso, levando o país nas costas, temos de sair para o trabalho, a escola, a vida?

Essa absurda necessidade que eles têm de se mover impede o andamento do trânsito. Sem esses ônibus e furgões repletos de trabalhadores, com seus motoristas irresponsáveis, imagine a fluidez do trânsito. Seria uma beleza, uma maravilha.

Mais coisas impedem a tranqüilidade no trânsito. Uma delas é essa incompreensível necessidade que estudantes, crianças, adolescentes e jovens têm de exercer sua capacidade de se movimentar! Outra é a inaceitável necessidade que os velhos têm de sair de casa, sabe-se lá para que! E a inconcebível necessidade que os deficientes físicos possuem de se locomover? Sem comentários.

Por conta desses cidadãos, o poder público é obrigado a nos submeter a faixas, semáforos, limites de velocidade e outros fatores que cerceiam nosso direito de correr desenfreadamente pelas vias – temos compromisso, horários, trabalho!

E o que dizer de moto-entregadores e taxistas? Gente insuportável, que atrapalha todo o trânsito. Eles só deviam existir quando temos vontade de comer uma pizza, necessidade urgente de entregar um documento ou pressa de chegar a aeroportos.”

Esse é o pensamento da boa classe mediazinha de merda que sou; xingo o motorista do ônibus, enraiveço-me contra as lotações, rogo pragas a motoqueiros e taxistas, gente que está trabalhando.

Percebo de que ser atenciosa, cuidadosa e correta no trânsito não me exime de ser uma monstra. Monstros do trânsito somos nós, que queremos nosso carrinho individual a qualquer preço, não respeitamos o trânsito, não lutamos por um transporte coletivo de qualidade, digno, capaz de atender às necessidades da população.

Monstros do trânsito somos nós, da classe média – mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa –, que preferimos inchar as cidades com nossos coloridos carrinhos, poluindo, impedindo a mobilidade alheia, em nome da nossa pressa, do nosso conforto e do nosso egoísmo. E ainda achamos que os que trabalham no trânsito são os vilões.

Monstros do trânsito somos nós que não lutamos para que haja mais ônibus, mais metrôs, mais trens, mais seja lá o que for que não somente atenda a alguns privilegiados que estudam em escolas particulares e trabalham em gabinetes com ar-condicionado, mas seja capaz de dar condições dignas de locomoção aos que precisam se locomover – e esses são todos os cidadãos.

E seremos cada vez mais monstros enquanto continuarmos neste nosso mundinho egoísta, fechadinho, que faz cara de nojo a quem anda a pé pelas ruas e não vê essas pessoas como cidadãos. Enquanto adorarmos nosso sagrado veículo individual sobre todas as coisas. É duro, mas é vero.

Quanto ao meu recém-adquirido carrinho popular zero quilômetro branquinho veloz e confortável, gosto tanto do bichinho...

quarta-feira, 22 de novembro de 2006















...é incrível como nossa curiosidade, necessidade de conhecer, compreender e, às vezes, vontade de melhorar nos leva a fazer coisas inimagináveis e a buscar dominar terrenos até então inexistentes. Estou gostando muito da academia! Estou adorando estudar sobre alimentação, engordar, anorexia, e coisas e tal. Algo tão cotidiano, alimentar-se.Coisa tão estranha,
comer...

Hoje

Hoje estou decidida, vou contar tudo sobre mim.
Uso águas de colônia baratas e cervejas caras. Tenho um par de sapatos modernos, de prata azulada, que calço para ir ao mercado todos os dias e à Lua quando dá tempo.
Odeio fícus podados – coitados, tenho dó. Acho árvore mais bonito do que flor. As de Campo Grande são lindas, copadas, cheias, verdinhas. Algumas regiões da cidade, vistas do alto (mas não muito), assemelham-se à imagem que as crianças fazem das nuvens. Parecem chumaços de algodão verde. Tenho a impressão de que se pode sair pulando sobre as elas. Disso me veio a idéia de elaborar um livro infantil, já publicado, mas nunca escrito.
As melhores coisas de Campo Grande são suas árvores e minhas mãos. Tenho unhas ridículas: minúsculas e arrebitadas, que mantenho curtas e lixadas, mas sonho em ter enormes e vermelhas. Quando você me vir na rua, será impossível que eu não o reconheça.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

E por falar em cruzar...

Já que o assunto é cruzamento, trago para nosso quintal uma outra perspectiva do assunto. Menos sexual, com certeza, o que provavelmente espantará todos. Convido, então, Alice Ruiz...

Se
se por acaso

a gente se cruzasse
ia ser um caso sério
você ia rir até amanhecer
eu ia ir até acontecer
de dia um improviso
de noite uma farra
a gente ia viver
com garra
eu ia tirar de ouvido

todos os sentidos
ia ser tão divertido
tocar um solo em dueto
ia ser um riso

ia ser um gozo
ia ser todo dia
a mesma folia
até deixar de ser poesia
e virar tédio
e nem o meu melhor vestido
era remédio
daí vá ficando por aí
eu vou ficando por aqui
evitando
desviando
sempre pensando
se por acaso
a gente se cruzasse...

Verídico ou não, lá vai

Cartilha Contra a Libertinagem Sexual da Igreja Universal do Reino de Deus


Posição de quatro
É uma das posições mais humilhantes para a mulher, pois ela fica prostrada como um animal enquanto seu parceiro ajoelhado a penetra. Animais são seres que não possuem espírito, então o homem que faz o cachorrinho com sua parceira, fica com sua alma amaldiçoada e fétida.

Opa! Reparem que é o homem que terá sua alma amaldiçoada. Mulherada, relax!!


Sexo Oral
O prazer de levar um órgão sexual a boca é condenado pelas leis divinas. A boca foi feita para falar e ingerir alimentos e a língua para apreciar os sabores. A mulher engolindo o sêmen não vai ter filhos. E o homem somente sentirá dores musculares na língua ao sugar a vagina de sua parceira.

Opa de novo! Como é que essa história de que engolir sêmen serve de método anticoncepcional ainda não foi amplamente divulgada?? Pô, tô gastando 30 pilas por mês a toa?!
Outra coisinha: os caras não sacam nada da anatomia humana, né? Não sabem que a língua é o músculo mais potente do nosso corpo? Pro cidadão ficar com dor na língua tem que passar, no mínimo, 48 horas chupando.


Sexo Anal (Sodomia)
O ânus é sujo, fétido e possui em suas paredes milhões de bactérias. É o esgoto propriamente dito. No esgoto só existe ratos, baratas e mendigos. A pessoa que sodomisa ou é sodomisada ela se iguala a um rato pestilento. Seu espírito permanece imundo e amaldiçoado. Mas o pior é quando o ato é homossexual, pois o passaporte dessa infeliz criatura já está carimbado nos confins do inferno.

Ôôôôôôô! Ratos, baratas e mendigos?! Que imaginação que esses caras têm, hein? Mó pervertidos! Nunca vi disso... nem em filme pornô.


Vejam a maneira certa de se relacionar sexualmente com sua parceira, segundo a cartilha:

Posição Recomendada
O homem e a mulher devem lavar suas partes com 1 litro de água corrente misturado com uma colher de vinagre e outra de sal grosso. Após isso, a mulher deve abrir as pernas e esperar o membro enrijecido do seu parceiro para iniciar a penetração. O homem após penetrar a mulher, não deve encostar seu peito nos seios dela, deve manter uma distância pois a fêmea deve estar orando aos santos para que seu óvulo esteja sadio ao encontrar o espermatozóide. Depois do ato sexual, os dois devem orar, pedindo perdão pelo prazer proibido do orgasmo. Como penitência... o açoite com vara de bambu é aceito em forma de purificação.


Ok! Agora, ao invés de levar uma camisinha na bolsa ou na carteira, andaremos com uma 'lancheira' recheada de 1 litro de água, vinagre e sal grosso – afinal, nunca se sabe quando pode rolar uma oração por aí com alguém...
Mas que a perversão come solta nessa cartilha, ninguém pode negar: primeiro foram os bichos escrotos e os mendigos; e dessa vez é a vara de bambu! Tô dizendo... ainda temos muito o que aprender com esse povo da igreja.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Pra dar risada



Essas e outras tiras estão em http://ubbibr.fotolog.com/liniers_macanudo/
Quase todo dia tem uma nova. Vale a pena.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Sexta é dia de


Recebi, há alguns meses, um e-mail com essa e outras imagens que representam 'ao pé da letra' expressões idiomáticas reveladoras da inteligência e do humor brasileiros. Agora descobri que elas fazem parte do livro Pequeno Dicionário Ilustrado de Expressões Idiomáticas (editora DBA, 2004), dos fotógrafos Everton Ballardin e Marcelo Zocchio, e estiveram expostas numa mostra em Salvador. Será que passou por Brasília e eu não fiquei sabendo??
Outro que já brincou com os ditos populares foi Mario Prata, em Mas será o Benedito? (Globo, 1996), livro no qual o escritor faz uma análise muito bem humorada e sem qualquer rigor histórico de mais de 400 provérbios e expressões do nosso país. Dêem uma olhada no verbete que dá nome ao livro:

mas será o Benedito?

SIGNIFICATIVO:

Expressão de espanto diante de determinada situação.

HISTÓRICO:

Era uma vez dois compadres do interior. Benedito, casado com Rosinha, e Oswaldo, solteiro. Oswaldo vivia de olho em Rosinha. Um dia Benedito foi viajar para a cidade. Toca o Oswaldo a cantar a Rosinha, na casa dela. Depois de muito assédio e sedução, Rosinha concorda, mas resolve tomar um banho antes, porque está um calor danado. Oswaldo vai para o quarto do casal e fica completamente nu. Nisso, Benedito volta. Oswaldo ouve barulho na sala e pensa: "Mas será o Benedito?" Era. Benedito entra no quarto, vê o compadre completamente nu e pergunta:

- Mas, cumpadre, o que qui ocê tá fazeno na minha cama, cumpadre?

- Sabe o que é, Benedito? Tava lá em casa, sozinho, acabrunhado, sem saber o que fazer, esse calorão danado, pensei: vou lá na casa do Benedito dá o cu pra ele.



Mas o "molhar o biscoito" aí de cima, eu não encontrei... Se alguém souber a explicação científia ou a origem histórica da expressão, por favor, conte!

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

A apresentação que não foi feita

Mariana Cíntia de Los Rincones: Uma quase-balzaquiana. Mineira. Psicóloga. Quando bebe, no lugar da coluna vertebral coloca uma vara de pescar – enverga, mas não quebra. Foi batizada com esse simpático nome após uma participação especial numa pseudo-virtual-novela chicana.

Jaana
: A cearense mais branquela do planeta. Faz mestrado e especialização e ainda encontra tempo para dar seus gritinhos nos ouvidos castigados dos amigos. Não sabe diferenciar maconha de Gudan Garan.

Cae: Nossa goiana já foi oboísta (“obo o que??” Não me perguntem! Corram até o dicionário e enriqueçam seu palavrório). Quem a vê no trabalho, jura que ela é séria – o que não contradigo para não sofrer represálias em casa (vá que ela não me deixe mais comer granola...).

Esperando Godot
: Naturalmente brasiliense. Dança, canta, representa, toca pandeiro, assovia e chupa cana. Não necessariamente nessa ordem. Não sei porquê foi estudar na Unicamp, mas já se deu conta da bobagem e agora está na UnB.

Ana Silva: A mulher da terra da mandioca. Jornalista, militante política e amante de Chico Buarque. Acho que não deveria contar que ela está pagando pena alternativa por crime eleitoral, não é? Fora isso, posso garantir que ela é do bem. Preguiçosa, mas do bem.

Valéria: Mais nova vó da paróquia (o Miguel que se prepare!). Uma quase-brasiliense, quase-louca, quase-tudo. Já morou em Florianópolis e sobreviveu à maresia e ao mofo com grande bravura. Como seqüela, ficaram apenas algumas bolhas dentro da cabeça.

Lídia
: Essa que vos escreve, finalmente, depois de três meses. Manezinha da Ilha no Planalto Central há um ano e meio. Roedora compulsiva de unhas. Muitos dizem que sou grossa, mas na verdade sou um poço de ternura.

Não creio

Caralhoooooooooooo! Consegui entrar!!

(Será que é verdade?!)


Agora que tô aqui, vamos às reivindicações: Quintal improdutivo não dá! Ou todo mundo começa a plantar suas palavras por aqui ou o MSB (Movimento dos Sem Blog) vai tomar conta dessa terrinha.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Saudade da Filosofia

Álvaro de Campos
Ah, Perante
Ah, perante esta única realidade, que é o mistério,
Perante esta única realidade terrível — a de haver uma realidade,
Perante este horrível ser que é haver ser,
Perante este abismo de existir um abismo,
Este abismo de a existência de tudo ser um abismo,
Ser um abismo por simplesmente ser,
Por poder ser,
Por haver ser!
— Perante isto tudo como tudo o que os homens fazem,
Tudo o que os homens dizem,
Tudo quanto constroem, desfazem ou se constrói ou desfaz através deles,
Se empequena!
Não, não se empequena... se transforma em outra coisa —
Numa só coisa tremenda e negra e impossível,
Urna coisa que está para além dos deuses, de Deus, do Destino
—Aquilo que faz que haja deuses e Deus e Destino,
Aquilo que faz que haja ser para que possa haver seres,
Aquilo que subsiste através de todas as formas,
De todas as vidas, abstratas ou concretas,
Eternas ou contingentes,
Verdadeiras ou falsas!
Aquilo que, quando se abrangeu tudo, ainda ficou fora,
Porque quando se abrangeu tudo não se abrangeu explicar por que é um tudo,
Por que há qualquer coisa, por que há qualquer coisa, por que há qualquer coisa!

Minha inteligência tornou-se um coração cheio de pavor,
E é com minhas idéias que tremo, com a minha consciência de mim,
Com a substância essencial do meu ser abstrato
Que sufoco de incompreensível,
Que me esmago de ultratranscendente,
E deste medo, desta angústia, deste perigo do ultra-ser,
Não se pode fugir, não se pode fugir, não se pode fugir!

Cárcere do Ser, não há libertação de ti?
Cárcere de pensar, não há libertação de ti?

Ah, não, nenhuma — nem morte, nem vida, nem Deus!
Nós, irmãos gêmeos do Destino em ambos existirmos,
Nós, irmãos gêmeos dos Deuses todos, de toda a espécie,
Em sermos o mesmo abismo, em sermos a mesma sombra,
Sombra sejamos, ou sejamos luz, sempre a mesma noite.
Ah, se afronto confiado a vida, a incerteza da sorte,
Sorridente, impensando, a possibilidade quotidiana de todos os males,
Inconsciente o mistério de todas as coisas e de todos os gestos,
Por que não afrontarei sorridente, inconsciente, a Morte?
Ignoro-a? Mas que é que eu não ignoro?
A pena em que pego, a letra que escrevo, o papel em que escrevo,
São mistérios menores que a Morte? Como se tudo é o mesmo mistério?
E eu escrevo, estou escrevendo, por uma necessidade sem nada.
Ah, afronte eu como um bicho a morte que ele não sabe que existe!
Tenho eu a inconsciência profunda de todas as coisas naturais,
Pois, por mais consciência que tenha, tudo é inconsciência,
Salvo o ter criado tudo, e o ter criado tudo ainda é inconsciência,
Porque é preciso existir para se criar tudo,
E existir é ser inconsciente, porque existir é ser possível haver ser,
E ser possível haver ser é maior que todos os Deuses.

sábado, 14 de outubro de 2006

Cuidem do jardim enquanto isso...

Olá, queridas meninas jardineiras!

Às vezes, é preciso sair do quintal. No meu caso, diria que é necessário, pois é chamado de um tal Gaitero que não só trouxe música como também adubo. Então, aqui vou eu... Cultivar flores em outros espaços!

segunda-feira, 9 de outubro de 2006






Pois é... pelo sim pelo não... antes o menos pior!


Sou contra vender o Brasil, simplesmente.

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Flor de outro quintal

Roubei uma flor de outro quintal. Acho que o dono não vai se importar, não havia cercas mesmo.
Planto aqui porque me encantou e me traduziu:
"Se eu escrevesse o meu dia aqui hoje, ninguém acreditaria mesmo... "
(do blog Despropósitos / http://web.pitas.com/puella/jul_ago.html)

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Ai ai se existe um lugar mais lindo do mundo, com certeza, é os lençóis maranhenses. Aquela imensidão de maravihosas dunas branquinhas que acariciam o pé, aquele ventinho que faz o sol ficar tão gostoso, aquelas lagoas, incrivelmente azuis, de água doce doce e límpida... e as aves, ai as aves, com certeza o paraíso na terra, ainda por cima rodeado pelo povo mais interessante e simpático de nosso país, desculpem-me os demais: os maranhenses. Eita povo calaroso! Gente hospitaleira, com muito saber e uma cultura incrível. Sem xenofobismo, foi bom ver que ainda é um lugar que os brasileiros podem ir e vão, que são a maioria no mar de gringos que virou o nordeste. Vendemos o Brasil, sem nos darmos conta.
Isso sem falar no estoenteante rio preguiças com suas jussaras, carnaúbas, buritis... seu mangue, seus jacarés... E disso tudo, um artesanato mais lindo, natural criativo e produto de muito técnica! quem num foi ainda, tem que ir, pra já!!!

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Hora de cuidar do quintal

Olá, meninas! O que aconteceu que não as encontro mais por essas bandas? Sei que quase todas (inclusive eu, cansada de só esperar!) visitaram outros quintais.

Além de saudadosa, estou curiosa. Contemos os detalhes desses ares distantes e estajamos prepadas para por tudo em (des)ordem por aqui.

Espero aqui no balanço...

TRAJETOS

Hoje me vesti pra te encontrar
Pra você me encontrar
nos trajes de uma brasília

O céu escolheu o lilás
Os prédios – quase todos de 6 andares – decidiram pelo jeans
claro, surrado e quase fora de moda
O adorno no cabelo foi puro capricho das flores do cerrado
Os pés levemente descalços...
simples necessidade de pisar firme e não ultrapassar seus olhos nem meio centímetro

Dia inteiro, desencontros.

Resolvi, então, despir-me pra conseguir te alcançar.
A cada peça percorri mil cento e quinze quilômetros
E São Paulo não chegava nunca.

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

mariana está temporariamente no paraíso! qualquer coisa, deixe seu recado, um beijim e inté a volta!!!

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

HOJE...samba e Choro

Hoje foi dia de dança! Perfeito, necessário, essencial. Foi dia de samba e choro. Samba dançado pra alegrar, encantar e satisfazer. Choro escorrido pelo vazio e pelo esquecimento.
Felicidade e dor estiveram no meu jardim hoje. Confesso que a dor prevaleceu... Bobagens de uma menina que está sempre a esperar por Godot!

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Rebeldia de pés descalços

Hoje acordei rebelde. Depois de ouvir viola caipira, acordei rebelde. Mantive em segredo pela manhã, fiquei em casa pela manhã. Rebeldia forte e grande que não se agüentou anônima por muito tempo. A tarde, os mais próximos perceberam. Nada me tirou do quintal nessa tarde. Sol, água e música. Não quis saber de vento, de flores e nem de raízes. Água salgada me derretendo e água clorada me refletindo. Foi assim o quintal dessa tarde. Logo o sol foi embora e só a música ficou. Minha rebeldia quase a explodir... a noite se aproximava. Levei o quintal comigo para apresentar ao vizinho, que às vezes parece morar a distâncias da minha janela. De portas abertas o rapaz me percebeu. Quis me entregar as chaves, mas eu já estava carregando o quintal... achei peso demais. Aceitou sem ressalvas ser cúmplice e acatou meus primeiros desejos.
Esta noite a brincadeira será no meu quintal, nesse que é do tamanho da minha rebeldia. Nele, eu convido e aceito, dou e recebo, mando e obedeço . Vou mostrar o quintal pra ele que pensa já conhecer minha casa. Primeiro o quintal, depois a casa, terei que explicar ao rapaz. É a ordem natural da coisas... Caso a rebeldia persista, conto todos os detalhes depois.


A foto não to conseguindo por, clique no nome do fotógrafo!



“Por qué los inmensos aviones
no se pasean com sus hijos?”
Neruda

Foto:
António Lança

sábado, 5 de agosto de 2006

Sobre segredos, homens e satisfação...

Aberta a porteira do nosso quintal!

Que aqui entrem os homens, as mulheres, os curiosos e os respondões...

Por favor, espiem pela cerca, mas entrem de vez em quando. O terreno é fértil e carece de algumas revelações.

Falando de outras vozes

Em meio à minha espera, escutei a seguinte frase de certo visitante que se instalou nesse quintal : "O mais profundo é a pele". Parece que se chama Paul Valery o intruso, parece que me despertou da espera. Ainda bem que passou distante, rapidamente. Teve o bom-senso de não sentar ao meu lado. Parece que foi educado o suficiente, pois nem ao menos sugeriu qualquer tipo de diálogo e aproximação. Na verdade, conversava com outros visitantes. Aqueles que constumam aparecer com mais freqüência por aqui, mas ainda não posso chamá-los de companheiros. Bom mesmo esse senhor não ter sentado ao meu lado. Não teríamos o que conversar, afinal. Não faria sentido... E se não fosse pela voz grave, talvez nem o percebesse passando. Tinha também os passos firmes... mas isso não seria suficiente para chamar meu olhar. Se não fosse aquela frase incoerente, provavelmente eu nem saberia que esse tal homem pisou aqui no quintal. É isso... sua incoerência que me desperta! Passagem tão rápida e presença tão longa. Que o quintal seja coerente e não venha sentir saudade desse sujeito. Muito perigoso sentir saudade de quem realmente pode voltar...

Cansaço particular

Hoje, particularmente, cansei. Cansei de uma forma única, como nunca havia cansado antes da minha incessante espera por Godot. Um cansaço que nada de desagradável tinha, confortante até. Godot o julgaria forte demais e um tanto quanto traçoeiro. "Cansaço que impulsina? Que tipo de cansaço é esse?" Pois era isso mesmo, um cansaço unicamente gostoso. Desses que dá vontade de todos os verbos de movimento ao mesmo tempo.
Então, por alguns segundos, desisti da espera. Por alguns segundos, consegui enxergar o quintal. Vi as crianças chegando, os amigos trazendo doces e senti o vento forte nos troncos das árvores. Arvóres antigas que nem se mexiam com aquele soprar. Fui, nesse instante, seiva e flor. Fui também, e não me perguntem como, bicho voador a carregar pólen. Não me lembro qual a espécie, foi por pouco tempo... voava alto o bicho. E em pleno vôo de bicho desconhecido que eu era, o cansaço passou. A espera voltou... porque Godot pode chegar a qualquer momento.

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

descobri um segredo dos homens!

Descobri eu, por que outros já haviam descoberto há tempos... Tudo se institui na posição, ao meu ver, femina que a mulher, por muitas vezes, se acomoda. Digamos... a posição de demandante, demandante de um amor sem fim, mulherzinha carente, rs. ... depois termino.
Então, não não, não é um segredo das mulheres!!! Talvez também nem dos homens mas da relação. então: daí que as mulheres desejam isso que ser humano nenhum é capaz de dar, todos somos in suficientes, mas os homens tentam, tentam, 'sacrificam-se' nesse tentativa sempre fracassada e aí... é que vai o segredo dos homens.: que eles tentam como se fosse algo que as mulheres realmente demandassem sempre (o que pode ser verdade) mas eles procuram satisfazê-las pela via do sacrifício, como se estivessem cedendo... mas a luta deles é travada no sentido deles sentirem-se potentes, no sentido do desejo DELES. Mas a culpada é a mulher, ela que pede muito e sempre. O curioso é que então temos sempre um mal-entendido. Mulheres querem mais, mais... homens nunca darão conta, esforçam-se e culpam as mulheres, que sempre querem ouvir declarações, receber flores, lembranças, beijos, abraços, amassos, mais bem mais que os homens. (não que homens também não se coloquem nessa posição e vic-versa). Daí o desencontro o que as mulheres pedem indicam a insuficiência masculina. Mas eles, comumente, não aceitam isso facilmente querem tentar, mas tal tentativa sempre fracassada os interpola, ao que seu desejo vira sacrifício em prol de outrem, "as mulheres são culpadas, querem demais". Não dá pra não lembrar de Freud e a teoria do falo nesse aspecto. Mas para além disso a questão do complexo de édipo reaparece.
Na primeira das demandas, a demanda materna. Ou alguém vai dizer que existe alguém que pede mais, aos filhos homens, do que a mãe. Mas a mãe, elaborada a partir de traços de amor e ódio, ... ops! termina segunda.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Canção Mínima

No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta

(Cecília)

terça-feira, 1 de agosto de 2006

No quintal de nossa casa
Nasceu uma árvore sem nome
Uma flor
Uma pedra (é a pedra nasceu também, pode acreditar)
Nasceu até um calango que, de calangar, ficou preso ao muro.
Que porra de blog é esse que ninguém escribe????

segunda-feira, 31 de julho de 2006

Bem lindo teu pé de sonhos
Bem lindo teus sonhos em pé de flor
Bem linda a canção em sonhos
Xi! Perdi o pé....
PÉ DE SONHOS
(Petrúcio Maia / Brandão)
Raimundo Fagner - 1973

No quintal

Por detrás de casa
Tem um pé de sonho
Que não pára de florar, florar a noite
inteira
Cada sonho seu me faz sorrir e até cantar
Rua do Ouro, uma rua senhora nada adorada
Não é uma rua é uma estrada cheia
De casa do lado
Deixa eu falar dessa rua
Que ninguém pode entender
Deixa eu dizer que ela é cheia
De ouro mas ninguém vê
Deixa eu dizer que ela é cheia
De ouro mas ninguém vê

Maria, Mariazinha que outro dia se foi
Saiu cantando na estrada
Voltou chorando depois
Hoje ela canta sozinha
Chamando pelo luar
Hoje ela chora baixinho
Que é pra ninguém escutar
Hoje ela chora baixinho
Que é pra ninguém escutar
Que olhar escondes o viço
Dos teus olhos já sem cor
Também só tenho dois braços
Posso colher uma flor
Posso plantar uma rua
Na estrada que vês agora
Posso seguir pela estrada
Quando for chegada a hora
Posso seguir pela estrada
Quando for chegada a hora.


sábado, 29 de julho de 2006


Olhem aí nosso primeiro visitante... Resolvi sair pra passear no quintal, esperar em casa estava já me chateando. Vejam quem achei. Espionando todas nossas brincadeiras e atento às nossas histórias. Não sei ao certo sua origem, mas acredito que veio passar um tempo conosco. Então, alimentaremos o macaquinho? Repartilharemos nosso quintal? Será que ele também espera por Godot?

Enquanto esperava...

Enquanto esperava Godot aqui no nosso quintal, resolvi mudar minha cara por aqui. É porque acho que assim que todos me conhecem... sempre esperando Godot. É esse o meu estado de espera. É claro que enquanto Godot não chega eu aprecio cada fruto e mastigo cada flor... Só enquanto ele não chega

sexta-feira, 28 de julho de 2006

a lídia de fora do quintal

como são as coisas num é? a mais animada, construtora e idealizadora do quintal, num consegue nele entrar...

Cá estou

Com mesóclises, desinências e quetais, cheguei. Para ficar, advirto.

Cheguei!

Tá... acabo de pisar os pés por aqui. Pés ainda descalços, mas muito curiosos eu diria!

Universo de imaginações... Viva o nosso quintal!

quero ver se muda meu nome nas postagens!

não tenho nehum foto. Vou ficar anônima

Já escrevi antes. Agora é o teste da foto.
Acho que essa sou eu. Tentando parecer com minha mãe, na época que ela tinha minha idade... ela não usava óculos!
Depois reflito sobre isso! Espero que vocês consigam chegar!

ôpa!

Num é que vamos começar mesmo?
Então comecemos. Como quase tudo na vida primeiramente temos direito a testes num é? a aparência (e a essência) poderá ser mudada. Vamos ver se a gente se acostuma e descobre o que fazer com isso! pixins e poa suerte!