*no quintal de casa cada um faz o que quer. porque esse quintal é grande, do tamanho que a gente fizer. uma rede pra se balançar e balançar os pensamentos ele tem. tem um pé de limão, uma goiabeira, uma porção de plantas e flores e uns cachorros pra bagunçar o coreto. criança e adulto querendo ouvir história também sempre aparecem. e a gente conta. histórias de quintal. *
sábado, 5 de agosto de 2006
Falando de outras vozes
Em meio à minha espera, escutei a seguinte frase de certo visitante que se instalou nesse quintal : "O mais profundo é a pele". Parece que se chama Paul Valery o intruso, parece que me despertou da espera. Ainda bem que passou distante, rapidamente. Teve o bom-senso de não sentar ao meu lado. Parece que foi educado o suficiente, pois nem ao menos sugeriu qualquer tipo de diálogo e aproximação. Na verdade, conversava com outros visitantes. Aqueles que constumam aparecer com mais freqüência por aqui, mas ainda não posso chamá-los de companheiros. Bom mesmo esse senhor não ter sentado ao meu lado. Não teríamos o que conversar, afinal. Não faria sentido... E se não fosse pela voz grave, talvez nem o percebesse passando. Tinha também os passos firmes... mas isso não seria suficiente para chamar meu olhar. Se não fosse aquela frase incoerente, provavelmente eu nem saberia que esse tal homem pisou aqui no quintal. É isso... sua incoerência que me desperta! Passagem tão rápida e presença tão longa. Que o quintal seja coerente e não venha sentir saudade desse sujeito. Muito perigoso sentir saudade de quem realmente pode voltar...
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Um comentário:
ai!!! Adorei! amo Valery, num conhecia a frase! Amei seu textinho, e o perigo da espera do que pode voltar! é isso aí! Tá bom Esperando...
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