quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Rebeldia de pés descalços

Hoje acordei rebelde. Depois de ouvir viola caipira, acordei rebelde. Mantive em segredo pela manhã, fiquei em casa pela manhã. Rebeldia forte e grande que não se agüentou anônima por muito tempo. A tarde, os mais próximos perceberam. Nada me tirou do quintal nessa tarde. Sol, água e música. Não quis saber de vento, de flores e nem de raízes. Água salgada me derretendo e água clorada me refletindo. Foi assim o quintal dessa tarde. Logo o sol foi embora e só a música ficou. Minha rebeldia quase a explodir... a noite se aproximava. Levei o quintal comigo para apresentar ao vizinho, que às vezes parece morar a distâncias da minha janela. De portas abertas o rapaz me percebeu. Quis me entregar as chaves, mas eu já estava carregando o quintal... achei peso demais. Aceitou sem ressalvas ser cúmplice e acatou meus primeiros desejos.
Esta noite a brincadeira será no meu quintal, nesse que é do tamanho da minha rebeldia. Nele, eu convido e aceito, dou e recebo, mando e obedeço . Vou mostrar o quintal pra ele que pensa já conhecer minha casa. Primeiro o quintal, depois a casa, terei que explicar ao rapaz. É a ordem natural da coisas... Caso a rebeldia persista, conto todos os detalhes depois.