Pela proposta, as propagandas de bebidas como cervejas e vinhos não vão poder sugerir o consumo com cena, ilustração, áudio ou vídeo que apresente a ingestão do produto, nem associar o efeito do consumo a estereótipos de sucesso e integração social. Além disso, não vão poder usar recursos gráficos e audiovisuais do universo infanto-juvenil. Eu achava que isso já era proibido (lembram da Tartaruga da Brahma?), assim como o uso de modelos com menos de 25 anos. Não é não?
Também vai ser obrigatória a inserção de mensagens de advertência sobre a dependência decorrente do consumo de bebidas alcoólicas e sobre possíveis conseqüências desse consumo, como os acidentes de trânsito.
Achei engraçado descobrir que existem mais de 130 projetos de lei tramitando atualmente no Congresso Nacional que versam sobre esse tema. Alguns apresentados há mais de 11 anos. E agora vem a Anvisa embolar o meio de campo, interferindo no papel do Congresso, já que, de acordo com a Constituição Federal, somente deputados e senadores podem regular a propaganda por meio de lei.
Para ficar um pouco mais confusa, fui dar uma olhada no site do Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária). Me pareceu que os caras estão sendo ágeis e sérios nos seus 25 anos de atuação, julgando, absolvendo ou condenando mais de 4 mil casos processuais contra anúncios, a partir do Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária. Espiando em “decisões e casos” no endereço http://www.conar.org.br você pode ter uma idéia do que eu falo.
Aí me perguntei: Para que então essa história? E não consegui responder. Lembrei da lei que restringe a propaganda - e o uso também - de cigarros e que está em vigor há quase 6 anos. Será que é tempo suficiente para vermos resultados? Queria ter encontrado algum estudo acerca disso, mas não (Se alguém encontrar, mande, por favor). Na prática, não conheci ninguém nesses 6 anos que tenha deixado de fumar por conta daquelas horrendas fotos que estampam os maços de cigarros.
Acredito que com as bebidas alcoólicas a coisa não seria diferente. E mais: me parece muito fácil limitar a publicidade de cerveja, por exemplo, levantando uma bela bandeira pela saúde pública, e deixar de lado problemas mais difíceis de resolver, como coibir realmente a venda de álcool a menores de idade. E do que adianta impor tantas restrições aos intervalos comerciais se, no caso da televisão, a 'porcariada' maior não está neles, e sim na programação das emissoras?
O mercado publicitário brasileiro é bom (Exceto o de Brasília. Aliás, alguém sabe quem é o responsável pelas ridículas campanhas do Big Box??); por que não deixam os caras se regularem em paz?
2 comentários:
Fazendo minha monografia descobri que na Europa 70% da publicidade é impressa (outdoor, revistas e tal) e 30% é para TV. E no Brasil a porcentagem é ao contrário, só é bom o que sai na "Tv". Mas isso não importa só pra conhecimento mesmo.
Eu quando vou comprar cigarro nem olho a propaganda, desculpem! hehe
Ô Lidia, vc já assistiu a do Super Maia? cada piadinha sem graça!
A questão maior envolvida no lance das bebidas, a meu ver, do ponto de vista da sáude pública, é a da saúde mental, entraga-se às paixões alcoólicas aqueles que de algum modo padecem de outras paixões.
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