terça-feira, 26 de junho de 2007

Vento

A vida seria mais sim simples se não fosse o vento.


Vento que nos leva àquele frescor da manhã de uma música cantada com os sons dos pássaros e dos primeiros raios do sol.

Vento que nos traz o aroma daquela tarde de maresia do pôr-do-sol de outrora e da areia fina nos pés.

Vento que nos transporta para um futuro que acontecerá em dois minutos, em duas horas ou em dois anos.

Vento que nos encaminha a pensamentos presentes, passados e futuristas, da memória saudosa, do presente escrevente e do futuro de bola de cristal e búzios.

Vento que empurra o "barco sem guarida na névoa de agosto" às "duas da manhã de manuscritos sagrados"...

Vento em todos os lugares. Um sopro, uma brisa, ventania, vendaval interior remexendo os papéis e os quebra-cabeças de cinco mil minúsculas peças.



E esse ar condicionado central, que barulho!!
Acorda-me de meus pensamentos!

6 comentários:

Anônimo disse...

Excelente!! É uma sátira muito inteligente. O cara com um baita ar condicionado senta-se e escreve uma poesia sobre a brisa... Muto bom.

Mariana R disse...

também gostei! inda mais nesses gélidos ventos de agora, paralizantes.

Lidia disse...

E esses minúsculos pára-quedas?? Adoro!

Valéria Barros Nunes disse...

Na minha casa o vento traz o cheiro do mar, aqui na sala o ar é a trilha sonora do tédio.

Ana Silva disse...

Sabem o que é ventosear, em espanhol? rsrs

Valéria Barros Nunes disse...

nem idéia do que é ventosear, mas sei q tenho isso em mim, tb!