Minha natureza nasceu no cerrado
e essa segunda natureza, a externa, moldou meu sentir
que se fez de flores tímidas, solitárias, escondidas no capim rasteiro.
De árvores baixas e retorcidas, de casca grossa, rude, de folhas ásperas
maltratadas pela poeira e calor violento.
De céu azul e luz intensa de um horizonte profundo.
De cascalho grosseiro e terra vermelha.
Metade seca, em tristes cinzas e ocres.
Metade águas, em alegrias tímidas dos muitos verdes.
Meu sentir frágil tona-se deserto pelo descuido.
Esvaziado de suas matas, riachos e campos,
torna-se árido,
torna-se pó que o vento espalha.
Partículas de saudade de um amor a nascer.
2 comentários:
vejam o que a falta de chuva faz com a criatura...
poeta de estirpe goiana, um doce!
minha voz faz coro com quem diz: adorei!
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