domingo, 23 de setembro de 2007

Trovas da menina

Minha natureza nasceu no cerrado
e essa segunda natureza, a externa, moldou meu sentir
que se fez de flores tímidas, solitárias, escondidas no capim rasteiro.

De árvores baixas e retorcidas, de casca grossa, rude, de folhas ásperas
maltratadas pela poeira e calor violento.
De céu azul e luz intensa de um horizonte profundo.
De cascalho grosseiro e terra vermelha.
Metade seca, em tristes cinzas e ocres.
Metade águas, em alegrias tímidas dos muitos verdes.
Meu sentir frágil tona-se deserto pelo descuido.
Esvaziado de suas matas, riachos e campos,
torna-se árido,
torna-se pó que o vento espalha.
Partículas de saudade de um amor a nascer.

2 comentários:

Lidia disse...

vejam o que a falta de chuva faz com a criatura...

Valéria Barros Nunes disse...

poeta de estirpe goiana, um doce!

minha voz faz coro com quem diz: adorei!