segunda-feira, 9 de julho de 2007

Memória

Cão cão cão abriu a porta e viu o amigo que a tempo não via mas estranhou que estivesse acompanhado....
Corrompido, é claro, e recitado em um único fôlego. Foi assim que guardei o trecho do texto do Milôr. Dos oito irmãos, no mínimo seis leram Cão! Cão! Cão!. Não. Não lemos na mesma época. Estava em um dos livros de língua portuguesa e literatura brasileira. Portanto, creio que lemos o triplo Cão! nos últimos anos do primeiro grau. Tornou-se piada particular na família para todas as ocasiões em que chegava uma visita com alguma companhia desajeitada. Não que fôssemos muito ajeitados. Em um período que adolescente era visto como algo que não era nem jovem nem criança, a falta de identidade nos tornava mais estabanados. Sem falar das pernas longas, das orelhas de abano, do nariz comprido e da natural magreza de quem cresceu demais e ainda não pôs recheio entre a pele e os ossos.
Uma vez encenamos, na sala de estar, para desgosto de meus pais, o enredo canino, revezando entre irmãos o papel do cão e dos amigos. Obviamente, era melhor ser o cão. Até que a dona da casa, a senhora minha mãe, teve a brilhante idéia de colocar os cães para dormir na casinha do cão. Não sei porque, mas passei vários anos sem me lembrar do texto...

3 comentários:

Valéria Barros Nunes disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ô vida d ecão!
não me lembro de ter lido nada junto com meus irmãos, nada que fosse compartilhado assim. Temos preferências diversas, sem encenação.

Ana Silva disse...

Nossa!
Fiquei só uns diazinhos sem olhar!
Choveu prosa por aqui, hein? Quintal fértil.

Valéria Barros Nunes disse...

aqui tem que reggaer