*no quintal de casa cada um faz o que quer. porque esse quintal é grande, do tamanho que a gente fizer. uma rede pra se balançar e balançar os pensamentos ele tem. tem um pé de limão, uma goiabeira, uma porção de plantas e flores e uns cachorros pra bagunçar o coreto. criança e adulto querendo ouvir história também sempre aparecem. e a gente conta. histórias de quintal. *
segunda-feira, 26 de março de 2007
É assim, simples...
Os astros decidem, pré-escrevem, a gente vira só um brinquedo do destino. D másculo. Um presente do divino. D másculo, de novo. Como começa esta história, não sei. Falta-me conhecimento para entender o que vem primeiro: o desejo ou o destino? Fui eu quem desejou assim? A idéia foi concebida por mim? Fui eu quem fiz acontecer assim? Aí, simples, assim, um dia eu ouço dizer que existe alguém no mundo que não tem frescuras nos modos. Vou ver, acho um homem nobre nas atitudes. Adoro atitudes nobres, adoro delicadeza e mansidão. Chega em minha casa, dou-lhe licença, pode entrar, preciso de ajuda, mas é perigoso. Você tem fogo? Assim, simples e direto. O mundo simbólico é assim, tem fogo? Então, me tira dessa virgindade madura, grudenta, apática. Vem, me põe nua, sem mentira, com língua! Vem, encosta, quente, doce, macio! Assim, simples, nem precisa falar, é só sentir e perceber que é bom ficar quieto juntos, fazer nada na tarde modorrenta e morrer de delícia no calor do fogo brando. Simples assim, nos olhamos e vimos nossa saudade de um tempo caseiro, latido de cães, passarinhos em algazarra, lava-pés na bacia, viagem de carro na madrugada, recolhe o rabo e fecha a porta. Vimos nosso deleite no cheiro de criança morna, fresca como pão, na cama de manhã, se abrindo em sol. Vimos o êxtase da alvorada, nus, na soleira do verde quintal. Simples assim. Café, pão, manteiga, fruta fresca e jornal. Notícias do que fomos, confidências do que somos. Uma intimidade a céu aberto, solta nas águas termominerais. Simples assim. É só chamar que eu vou. Fico bem perto, sem problema, sem reclamação, sem rebeldia, sem palavrão, sem resistência de oposição. Vou fluindo, me sentindo bem, à vontade para ser o que ainda não fui sem me perder de mim. Aprender o que não aprendi, talvez seja a lição que resta neste fim de festa. Simples.
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5 comentários:
Lindo, simples e quentinho...
Adoro 'intimidade a céu aberto' também.
Supimpa!!!! Lindo e profundo. Inspirador! Arrasante...
Valiosa cheia de nuvens. A mulher escreve bonito, sô!
tô de faces rosadas...
Maravilhoso. Simples assim.
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