quarta-feira, 7 de março de 2007

frustração literária


Eu não entendo as palavras. Nem as palavras nem a escrita. Quisera eu ter o dom de por arrimo nelas, cavalgá-las, fazê-las dizer aquilo que vejo. Sim, sim, palavras não são para serem vistas, esse é o porém. Para mim,as palavras são coisas, aquilo que ouço é concreto, demais. Psicose? Talvez. Mas isso explica o fato de ter mais facilidade em escrever poesia do que prosa, de me ser quase impossível blogar sem me referir a uma imagem. Som é coisa? Por que algumas palavras são boas de falar? Hipotenusa, calangueiro, mandioca, bochecha, carambola, caramigau, peremptório, carcará, umbrela. São palavras pra gente brincar de falar, instrumentos pedagógicos, brinquedinhos de língua.Outras, achamos feias: pochete, suvaco, pernilongo, marrom, escroque, cacete. Como pode uma palavras ser feia? Feiúra qualidade de coisa, material. Ainda há as bonitas, elegantes. São palavras dignas de se falar tomando vinho, ao pé de uma lareira... Olha eu de novo dando imagem... Simplesmente, púrpura, sobretudo, mágoa, alma, flamejante, nuvem, simplesmente, púrpura, sobretudo, mágoa, alma, flamejante, nuvem, acalanto...

ps. as palavras em suas definições são contribuições mequetréficas.


Um comentário:

Lidia disse...

Peremptório é palavra boa de falar?! Caralho, isso só pode ser coisa do Molusco... Aliás, essa é que é boa de falar! Nada como soltar um sonoro 'caralho'... rs

p.s. Aquele negócio azul na foto... é o que? Uma miniatura do Change-Robô??