Quantas vezes navegastes em meus sonhos! E agora chegais ao meu despertar que é meu sonho mais profundo (K.G.Khalil).
Estava procurando uns textos antigos. Tinha certeza que já havia escrito algo legal sobre aquele tema. Não achei. Acabei lendo uma coisa e outra e descobrindo que não mais reconhecia os textos como meus. Eles nem eram tão bons como achei na época. Todos bem pretenciosos. Coisas da graduação, da pós-graduação e sem graduação. Os desgraduados eram um tantinho melhores do que os demais. Fiquei me perguntando porque diabos guardei essa papelada. Podia ter reciclado. Feito barquinhos de papel para brincar na enxurrada com meus sobrinhos (ops! iria poluir o córrego com uma esquadra de celulose e alegria infantil). Queimado na fogueira no dia de São João ou ajudado a atear o fogo da churrasqueira nos finais de semana. Idéias não faltam. É melhor parar por aqui. Mas, enfim, o fato é que guardei os tais escritos. E eles agoram vêm me incomodar. Provas incontestáveis de um talento mediano (eufemismo para medíocre). Mas pior do que os acadêmicos, eram os particulares. Ah! Esses às vezes eram sinceros, doces, não raro ingênuos. Coisa que não se devia guardar. Nem sequer escrever. Mania essa de ir se largando pelo tempo. Para esses, ainda, um sorriso indulgente: "Boba essa menina! Continua boba e escrevendo".
3 comentários:
Que continue boba e escrevendo, se assim deve ser...
"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei a escrever." Clarice Lispector
Adorei!!!! Me sinto exatamente assim. Me encontro exatamente assim, a mim mesma, em escritos passados. O melhor, ou pior, ainda não sei, é esse blog. Esse sítio no ar aberto, guardará nossa mediocridade???
Postar um comentário