segunda-feira, 28 de maio de 2007

Sábado à noite

Pra quê tantos livros, se não os leio?
Pra quê tanta sede de conhecimento, se não me esforço para saciá-la?
Qual o sentido da minha vida, se me vejo, em um fim de noite, com sono, sentada em um chão frio e sujo, em volta de roupas e sapatos jogados, espalhados pelos cantos?
O que faço com esses objetos inertes, que não podem falar nem ouvir, se me vejo esquecida e precisando de alguém?
Quanta fonte de inspiração e conhecimento ainda não explorada!
Quando vazio, que o comodismo, aliado ao tédio que rodeia minha vida, não me deixa preencher! Está tudo parado, como se estivesse me olhando e pedindo para ser explorado, tocado, notado, ao menos.
Inércia ociosa e preguiça, bagunça e sujeira, trapo, desorganização e um ser humano.
Tudo reunido, em um só lugar, com aspecto de tristeza e esquecimento, onde a trilha sonora da nostalgia, das lembranças, da falta de um amor maior e de uma companhia, toca sem parar.
Tanta coisa preenchendo e ainda deixando tudo vazio... tanta coisa cara sem nenhum valor... tanta coisa valiosa e, ao mesmo tempo, indiferente.
Só você seria capaz de preencher o meu vazio.
Só você faria a diferença entre tantas coisas e pessoas que rodeiam a minha vida.
Só você teria valor para mim, você e mais ninguém.
Só queria ter você. Sim, você que ainda não conheço.
Um fio de felicidade, uma seta que desse sentido à minha vida.

7 comentários:

Valéria Barros Nunes disse...

uma vez pensei q alguém poderia ser assim tão total que preencheria toda a minha falta de sentido...alguém tão intenso, tão inteiro, tão imenso que coub3esse só em mim! hoje rio disso, quando me levanto e arrumo tudo, vejo que o que me moveu foi meu contrário!

Mariana R disse...

nó que bunito isso: o que me moveu foi meu contrário! e, o que é o contrário de eu? vou pensar a respeito...

Lidia disse...

Ããã?

Mariana R disse...

ce sabe lídia?

Lidia disse...

só sei que nada sei, fia...

Caetana disse...

Lembrei-me de um trecho da carta de São Paulo aos Coríntios. Aliás, sempre me perguntei porque São Paulo escreveu aos Coríntios e não aos Corinthianos, como era de se esperar tratando-se de uma torcida de fiéis.
Enfim, o trecho é conhecido.
"Quando eu era menino, falava como um menino, sentia como menino. Quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino".
Creio que desisti das coisas próprias de uma época (assim como desisti de torcer para o Corinthias kkk) em que acreditava que se é metade e se precisa do outro para se completar. Achei meu contrário em mim e o virei pelo avesso. Arrumo as coisa porque elas gostam de se deixar colocar por mim fora do lugar que as quero, mas que não as pus.

Valéria Barros Nunes disse...

o contrário de eu sou eu do avesso? imagine, se já não me acho convexa, como posso ser côncava?
no fundo, no fundo de mim tem um bundo?