Pra quê tantos livros, se não os leio?
Pra quê tanta sede de conhecimento, se não me esforço para saciá-la?
Qual o sentido da minha vida, se me vejo, em um fim de noite, com sono, sentada em um chão frio e sujo, em volta de roupas e sapatos jogados, espalhados pelos cantos?
O que faço com esses objetos inertes, que não podem falar nem ouvir, se me vejo esquecida e precisando de alguém?
Quanta fonte de inspiração e conhecimento ainda não explorada!
Quando vazio, que o comodismo, aliado ao tédio que rodeia minha vida, não me deixa preencher! Está tudo parado, como se estivesse me olhando e pedindo para ser explorado, tocado, notado, ao menos.
Inércia ociosa e preguiça, bagunça e sujeira, trapo, desorganização e um ser humano.
Tudo reunido, em um só lugar, com aspecto de tristeza e esquecimento, onde a trilha sonora da nostalgia, das lembranças, da falta de um amor maior e de uma companhia, toca sem parar.
Tanta coisa preenchendo e ainda deixando tudo vazio... tanta coisa cara sem nenhum valor... tanta coisa valiosa e, ao mesmo tempo, indiferente.
Só você seria capaz de preencher o meu vazio.
Só você faria a diferença entre tantas coisas e pessoas que rodeiam a minha vida.
Só você teria valor para mim, você e mais ninguém.
Só queria ter você. Sim, você que ainda não conheço.
Um fio de felicidade, uma seta que desse sentido à minha vida.