quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Mostra de filme japonês "Cool Japan" no CCBB

(Always – Sanchome no yuhi, Japão, 2005)
Centro Cultural Banco do Brasil

13 anos após o fim da 2ª Guerra Mundial, um grupo de moradores de uma pequena vila no centro de Tóquio leva suas vidas de maneira simples, tendo a construção da Tokyo Tower e a modernização da capital do Japão como pano de fundo para tragédias pessoais que formam o enredo desse belo filme. A chegada de itens de consumo como a Coca Cola, a Televisão e outros eletrodomésticos são abordados de forma poética, como na cena em que todos os vizinhos da rua se reúnem na oficina do Sr. Suzuki para assistir, pela primeira vez, a uma transmissão de tv, por acaso, um torneio de luta-livre. Quem viveu os anos 60, como eu, em vilas no interior do Brasil, vai, certamente, relembrar momentos idênticos.
O filme começa com a chegada da jovem Mutsuko à cidade, atraída por um anúncio de emprego feito pela “Empresa de Automóveis Sukuki”. Mas a jovem tem suas expectativas frustradas ao perceber que a tal empresa era, na verdade, a oficina de carros do Sr. Norifumi Suzuki, nem por isso deixa de representar a esperança de prosperidade dos novos tempos. Em frente à oficina, há uma pequena papelaria de propriedade do escritor e professor de Literatura Chagasawa Ryunosuke, que passa os dias escrevendo revistas em quadrinhos e participando, sem sucesso, de diversos concursos de literatura. Todas as noites, os homens da pequena vila reúnem-se na bodega da bela Hiromi Ishizaki, uma ex-dançarina que atende a todos com atenção, alegria e um toque de flerte, por quem o escritor Ryunosuke é apaixonado. Hiromi é uma bela mulher que, é surpreendida por uma criança abandonada por uma ex colega de profissão . É o pequeno Junosuke , um menino de 7 anos, tímido e franzino. Hiromi não tem condições de cuidar de Jun, então pede que Chagasawa o leve para viver em sua pequena e desorganizada papelaria. O escritor reluta, mas aceita a missão para impressionar Hiromi. Aos poucos, uma relação de carinho e aprendizado mútuos faz com que o escritor crie um amor paternal pelo pequeno Jun. Um dos pontos altos da trama acontece quando, a pedido de Chegasawa, o Dr. Takuma – um médico que é chamado por “Dr. Diabo” pelas crianças da vila – veste-se de Papai Noel para entregar um presente ao menino. Após uma bebedeira, Takuma volta para sua casa e é recebido carinhosamente por sua esposa e sua pequena filha. Infelizmente, tudo não passa de um sonho, interrompido por um policial que encontra Dr. Takuma caído na rua. Na verdade, o médico havia perdido esposa e filha na guerra.
O filme termina com a ida de Mutsuko de férias à sua terra, e com a Torre de Tóquio já totalmente erguida, anunciando novos tempos num Japão que respirava ares de prosperidade.
Merecedor de muitos prêmios pela fotografia, pela música, pelo roteiro e argumento, o filme encanta por retratar com sensibilidade e humor a realidade dramática do cotidiano pós guerra.

Um comentário:

Valéria Barros Nunes disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
nada a declarar!