quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Viajar é bom mas planejar também o é


A vida fica leve e, de repente, tudo faz sentido. O dinheiro e a falta dele. O trabalho e, ah!, a ausência dele. Férias. O que seria da vida não fosse as férias??? Se trabalho é tripalium (instrumento agrícola de cultura de cereais, também utilizado como instrumento de tortura) a viagem de férias é um opium, uma religião. Cremos nela, (vida após a morte?), acreditamos que ela um dia virá arrefecer e significar toda uma passagem anterior de renúncias. Em férias, tudo é permitido, acordar tarde, viver sem relógio, comer o que quiser, fazer amor dia e noite. Férias é subversão. Daí que viajar é bom mas planejar também o é, pois o que resta ao trabalhador senão a promessa do paraíso?, o que nos resta senão a labuta cotidiana de nosso corpo engajado na promessa de um descanso feliz. Se o orgasmo é uma 'petite mort', então férias, 'grande mort'. Que eu descanse em paz.
ps. a imagem, a única que me veio a mente, é a contracapa do disco foreigner, de cat stevens.

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