Anos de namoro. Um dia terminaram. Quase nada para dividir, não moravam juntos. Apenas fotos e dois ou três cd’s – sem problemas. Ela sai da casa dele com suas coisas debaixo do braço, sobe na bicicleta e pedala. Pedala, pedala, até que encontra uma amiga que a cumprimenta pondo a língua pra fora. Ela tenta falar com a amiga, mas a menina tem pressa e pede que ela ligue mais tarde.
Eu não tenho o telefone dela, ele tem. Não, não vou ligar pra ele.
Mas liga.
Podes me passar o telefone da Fulana? Tu não tens? Não. Achei que tinhas. Pois é, não tenho. Esperaí, vou procurar. Tá. Não achei. Que? Sei lá, acho que não tenho. Não tá querendo me dar o telefone, é isso? Não, não é isso. É sim, tá achando que vou ficar com os nossos amigos todos pra mim! Não, não é isso. Então por que não me dá o telefone dela? Porque eu não achei, já disse. Não tô acreditando! Problema teu se não quiser acreditar. Olha, eu vou aí na tua casa e vou vasculhar tudo atrás desse número! Ah, é? É, e eu vou agora!
Desliga o telefone na cara dele, pega a bicicleta e se manda em direção à casa do recém-ex. Tem certeza de que ele tem o telefone da amiga e está de sacanagem por não querer passar.
Aquela criatura tá com medinho de perder os amigos pra mim...
Chega e entra sem bater. Vai direto ao quarto dele, que lê uma revista na sala e nem sequer se levanta. Procura nas gavetas do criado-mudo, em uma, duas, três agendas, de trás pra frente, de frente pra trás. E nada.
Cadêêêêêê?! Te falei que não achei... Eu vou achar, eu vou achar! Tá perdendo teu tempo. Tu rasgou e comeu o papel por acaso??
Ele se levanta e vai até a porta do quarto.
Quem sabe mais tarde eu possa devolver?
Urrando, ela pula em cima dele. Os dois caem na cama e por ali ficam.
9 comentários:
A única coisa que realmente me incomoda neste quintal é o lembrete: "1 pessoa já regaram". Daí que é sempre bom ter ao menos duas regadas, só para garantir a concordância.
Ah, agora tudo o que se escreve aqui tem de ser verídico?! rsrsrs
Não, não aconteceu comigo nem com ninguém que eu conheça.
E o comentário da Caetana gera um problema: ela vai ter de achar todos os posts do arquivo do quintal nos quais só há uma regada...
A proposta deste texto é a verossimilhança, não a veracidade.
Engraçado, mesmo quando o escrito não é verossímil, há quem pense que é verídico...
A Lídia é ficcionista!
Por falar nisso, eu, que sou fã dessa escritora, gostei menos deste conto.
Muito verossímil, rsrs
Caetana, o lance é não deixar nenhuma postagem somente com um comentário.
hã hã! concordo com a cródia...
Não, Ana. A gente pode deixar o mesmo comentário em várias regadas.
Quanto ao comentário da Lídia, confesso que já fiquei tentada a postar comentários em todos os textos com '1 pessoas regaram'. Aliás, '0 pessoas regaram' é pior ainda, é fantasmagórico. Porém, fiquei com receio de ceder e começar a procurar em outros blogs... Esquizofrenia é como coceira, é só começar.
Ai... Adoro estórias com finais felizes...
Bleargh! (pros comentários também não ficarem com final feliz)
é o marcolino!
gosto da contista q conta contos de outros sis hihihihi
acho q esse cara tinha q levar porrada!
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