*no quintal de casa cada um faz o que quer. porque esse quintal é grande, do tamanho que a gente fizer. uma rede pra se balançar e balançar os pensamentos ele tem. tem um pé de limão, uma goiabeira, uma porção de plantas e flores e uns cachorros pra bagunçar o coreto. criança e adulto querendo ouvir história também sempre aparecem. e a gente conta. histórias de quintal. *
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Pisando nos próprios calcanhares
Eram os sapatos, tenho certeza. A cor marrom-chocolate, ou o bico meio Mary Poppins. As crianças se sentiam atraídas, se aproximavam, ficavam por perto. Foram os sapatos que me trouxeram as crianças. Do alto dos saltos eu me fazia palhaça, amarrada nos cadarços, me achando no topo do mundo. Depois veio um cara. Por medidas econômicas, se instalou na minha casa. Encheu tudo de verniz. Arrasta as sandálias de prata, arrasta sem parar. E, então, eu me achava feliz. Daí vieram as havaianas. Subi nas tamancas. Saí descalça. Foram-se os sapatos, ficaram os caminhos. Tomei meu rumo. Eu era outra. Outra vez.
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3 comentários:
Putz, que lindo Val! Speechless!!
E vai por ai mundo afora...ainda bem que caminhas não ficas parada na estrada...
percebes que só tem sapatos por que tu tens pés???
legal.
bjus
Essa é Valiosa, mulher de saltos, de rasteiras, de pés descalços, de rumos e de ausência deles.
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