Era a casa da cidade que morreu e esqueceram de enterrá-la,
alguns diziam.
Todavia, apesar do aparente silêncio havia vida ali.
E na casa de cor distinta moravam sonhos, desejos, angústias, tristezas, alegrias, aventuras.
E nessa casa da chave impressa na parede como uma tatuagem viviam
a porta indecisa,
a porta que nunca fechava,
a porta que preferia ficar aberta,
a porta da fantasia,
a porta das tormentas,
a porta da calmaria,
a porta do silêncio.
Já a porta tímida era comum a todas as casas independente de suas cores.
E no seu 'jardim secreto' perto do 'labirinto do fauno' há anos vive uma macieira que quer atingir o céu.
Para alguns ela deveria ter forma de um bonsai.
Para outros, como 'o jardineiro fiel' esse é o desejo dela e por seguinte seu destino.
"Agora é tarde para mudá-la. Macieira é macieira. Crescendo ao natural e ponto final."
E assim na casa de cor distinta
a chave tatuada continuará lá.
A porta indecisa talvez um dia deixará essa sua particularidade.
A macieira crescerá até onde tiver forças.
E a cidade "morta" permanecerá com seus fantasmas.
Contudo, haverá sempre
chaves,
portas,
macieiras,
cidades
e suas idiossincrasias atrativas.
CD - 10/03/2012
*no quintal de casa cada um faz o que quer. porque esse quintal é grande, do tamanho que a gente fizer. uma rede pra se balançar e balançar os pensamentos ele tem. tem um pé de limão, uma goiabeira, uma porção de plantas e flores e uns cachorros pra bagunçar o coreto. criança e adulto querendo ouvir história também sempre aparecem. e a gente conta. histórias de quintal. *
sábado, 17 de março de 2012
Dança nos Olimpos
Aquela que me pediu em casamento - Atenas.
Aquele que "morri" de amores juvenis - Marte.
Aquele que me fazia pensar diferente - Urano.
Aquele que cantava para mim - Mercúrio.
Aquele que eu pedi em casamento - Poseidon.
Aquela que pensava em ter filhos comigo - Hera.
Aquele que disse que a maternidade seria linda - Saturno.
Aquela que eu digo que eu amo - Vênus.
Aquele que me fez sentir o maior gozo - Ares.
Aquele que eu desejava - Apolo.
Aquele que me controla - Zeus.
e eu era jovem demais.
e desencantou.
e eu não o entendia.
e me agrediu.
e "não soube me amar".
e nós brigávamos.
e ficou no imaginário.
e despreza esse amor.
e era apenas uma brincadeira passageira.
e me rejeitou.
e eu me agonio; e quero dançar.
Amo e amei todos.
CD - 02/07/2011
Aquele que "morri" de amores juvenis - Marte.
Aquele que me fazia pensar diferente - Urano.
Aquele que cantava para mim - Mercúrio.
Aquele que eu pedi em casamento - Poseidon.
Aquela que pensava em ter filhos comigo - Hera.
Aquele que disse que a maternidade seria linda - Saturno.
Aquela que eu digo que eu amo - Vênus.
Aquele que me fez sentir o maior gozo - Ares.
Aquele que eu desejava - Apolo.
Aquele que me controla - Zeus.
e eu era jovem demais.
e desencantou.
e eu não o entendia.
e me agrediu.
e "não soube me amar".
e nós brigávamos.
e ficou no imaginário.
e despreza esse amor.
e era apenas uma brincadeira passageira.
e me rejeitou.
e eu me agonio; e quero dançar.
Amo e amei todos.
CD - 02/07/2011
terça-feira, 13 de março de 2012
de neruda para cada Pablo nuestro
"CUERPO DE MUJER"
PABLO NERUDA
Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos,
te pareces al mundo en tu actitud de entrega.
Mi cuerpo de labriego salvaje te socava
y hace saltar el hijo del fondo de la tierra.
Fui solo como un túnel. De mí huían los pájaros
y en mí la noche entraba su invasión poderosa.
Para sobrevivirme te forjé como un arma,
como una flecha en mi arco, como una piedra en mi honda.
Pero cae la hora de la venganza, y te amo.
Cuerpo de piel, de musgo, de leche ávida y firme.
¡Ah los vasos del pecho! ¡Ah los ojos de ausencia!
¡Ah las rosas del pubis! ¡Ah tu voz lenta y triste!
Cuerpo de mujer mía, persistiré en tu gracia.
Mi sed, mi ansia si límite, mi camino indeciso!
Oscuros cauces donde la sed eterna sigue,
y la fatiga sigue, y el dolor infinito.
PABLO NERUDA
Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos,
te pareces al mundo en tu actitud de entrega.
Mi cuerpo de labriego salvaje te socava
y hace saltar el hijo del fondo de la tierra.
Fui solo como un túnel. De mí huían los pájaros
y en mí la noche entraba su invasión poderosa.
Para sobrevivirme te forjé como un arma,
como una flecha en mi arco, como una piedra en mi honda.
Pero cae la hora de la venganza, y te amo.
Cuerpo de piel, de musgo, de leche ávida y firme.
¡Ah los vasos del pecho! ¡Ah los ojos de ausencia!
¡Ah las rosas del pubis! ¡Ah tu voz lenta y triste!
Cuerpo de mujer mía, persistiré en tu gracia.
Mi sed, mi ansia si límite, mi camino indeciso!
Oscuros cauces donde la sed eterna sigue,
y la fatiga sigue, y el dolor infinito.
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