Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica
Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo, a vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão, a rúbrica
(Samuel Rosa - Rodrigo F. Leão)
*no quintal de casa cada um faz o que quer. porque esse quintal é grande, do tamanho que a gente fizer. uma rede pra se balançar e balançar os pensamentos ele tem. tem um pé de limão, uma goiabeira, uma porção de plantas e flores e uns cachorros pra bagunçar o coreto. criança e adulto querendo ouvir história também sempre aparecem. e a gente conta. histórias de quintal. *
terça-feira, 23 de junho de 2009
segunda-feira, 8 de junho de 2009
e por falar em quintal...
Era uma vez uma frô. Ela vivia bem plantadinha num quintal.
Um dia lhe apareceu uma dona engraçada chamada abelha, que dizia conhecer distantes quintais. A frô perguntou como é que podia um trem daquele - aí que a dona abelha explicou a coisa toda de voar. Com cara de abobalhada a frô ficou... e sentiu uma invejazinha lhe roendo as raízes. Dona abelha, mui vivida, tomou ciência do que se passava com a frô e propôs uma tal de polinização. A outra, claro, não sabia que diabo era aquilo. "Explico" - disse a abelha - "Pouso nas tuas pétalas, cubro meu corpo todinho com o teu pólen e levo um pouco de ti pra passear em cada flor de cada quintal".
E assim que foi que a frô se desprendeu e se espalhou por aí por tudo.
"Depoimento" que escrevi pr'uma frô chamada Silvinha
Um dia lhe apareceu uma dona engraçada chamada abelha, que dizia conhecer distantes quintais. A frô perguntou como é que podia um trem daquele - aí que a dona abelha explicou a coisa toda de voar. Com cara de abobalhada a frô ficou... e sentiu uma invejazinha lhe roendo as raízes. Dona abelha, mui vivida, tomou ciência do que se passava com a frô e propôs uma tal de polinização. A outra, claro, não sabia que diabo era aquilo. "Explico" - disse a abelha - "Pouso nas tuas pétalas, cubro meu corpo todinho com o teu pólen e levo um pouco de ti pra passear em cada flor de cada quintal".
E assim que foi que a frô se desprendeu e se espalhou por aí por tudo.
"Depoimento" que escrevi pr'uma frô chamada Silvinha
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